terça-feira, 23 de novembro de 2010

Práticas Devocionais - PRÁTICA DA ALEGRIA

A prática da alegria é a arte de oferecer resistência à tristeza por meio do gozo proporcionado pela presença de Deus na vida daquele que o busca honesta e continuamente. Depende da descoberta e exploração das muitas e variadas minas de alegria que estão à margem do caminho em direção à vida eterna.

A alegria não é só uma opção de vida. É uma ordem de Deus ao seu povo. Em Cristo, é uma aberração não ser alegre. É um mau testemunho. É uma contra-evangelização. É uma falta de coerência. O mandamento da alegria está espalhado nas Escrituras Sagradas: nos livros da lei (Dt 16.11), nos Salmos (Sl 32.11), nos profetas (Zc 9-9), nos Evangelhos (Lc 10.20), nas Epístolas (Fp 4.4) e no Apocalipse (Ap 19.7).

A Bíblia ensina uma alegria teimosa, aparentemente arrogante, não-científica, baseada na fé, e não na instabilidade das circunstâncias de tempo e lugar, comprometida mais com a saúde da alma do que com o bem-estar físico. Esse tipo resistente e durável de alegria pode ser visto na famosa oração de Habacuque; "Embora as figueiras tenham sido totalmente destruídas e não haja flores nem frutos; embora as colheitas de azeitonas sejam um fracasso e os campos estejam imprestáveis; embora os rebanhos morram pêlos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrarei no Senhor! Ficarei muito feliz no Deus da minha salvação!" (Hc 3.17, 18, BV.)

É importante lembrar que Paulo estava em um cárcere quando escreveu a Epístola aos Filipenses, na qual enfatiza a prática da alegria: "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos" (Fp 4.4). Nessa mesma carta, o apóstolo declara ter aprendido a viver contente em toda e qualquer situação; "Tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.12-13).

GRITOS DE ALEGRIA

A Bíblia descreve o regozijo do povo de Deus no correr dos anos e não economiza palavras para mencionar a intensidade e a qualidade dessa alegria.

Fala-se em grande alegria (Lc 24.52; At 8.8; Fm 7), em alegria completa (Jo 16.24; l Jo 1.4; 2 Jo 12), em abundância de alegria (2 Co 8.2), em alegria transbordante (Mt 13.44; At 13.52), em plenitude de alegria (Sl 16.11), em alegria indizível (l Pe 1.8), em alegria eterna (Is 35.10) ou perpétua alegria (Is 51.11), em alegria em extremo (Jn 4.6) e até em gritos de alegria (Sl 42.4). As vozes da alegria provocada pela restauração e dedicação dos muros de Jerusalém na época de Esdras e Neemias foram ouvidas a uma grande distância (Ne 12.43). Salomão descreve a alegria do coração como um banquete contínuo (Pv 15.15). E Jesus faz questão de dizer que a alegria provocada por sua ressurreição seria permanente: "A vossa alegria ninguém poderá tirar" (Jo 16.22).

A alegria propicia o louvor: "Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5.13). O salmo 42 lembra com saudades da multidão em festa por ocasião das procissões à casa de Deus, "entre gritos de alegria e louvor" (w. 4, 5). O povo comemorou a renovação da aliança na época do sacerdote Joiada "com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi" (2 Cr 23.18). É muito difícil separar a alegria do louvor, o louvor da música e a música da expressão corporal (dança): "Louvai-o [a Deus] ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa, louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de corda e com flautas, louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos retumbantes" (Sl 150.3-5). Momentos de intensa alegria foram descarregados na música e na dança: por Miriã, logo depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.20-21); pela filha de Jefté, logo depois da vitória do pai sobre os filhos de Amom (Jz 11.34); e por Davi, logo depois da recuperação da arca do Senhor (2 Sm 6.14-15).

A FONTE PRIMEIRA

Na verdade, a maior fonte de alegria é a presença de Deus na vida diária do homem: "Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente" (Sl 16.11). Daí a oração de Moisés: "Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias" (Sl 90.14).

Davi e Salomão, pai e filho, confirmam essa verdade. Porque pecou e se retirou da presença de Deus, Davi perdeu a alegria, que lhe era uma experiência comum. É por essa razão que ele pede duas vezes no famoso salmo de confissão e arrependimento o retorno desse estado de espírito: "Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste" e "Restitui-me a alegria da tua salvação" (Sl 51.8, 12). Já Salomão, seu filho, se distanciou de Deus por causa de suas mulheres estrangeiras (l Rs 11.1-8) e peregrinou atrás de alegrias duvidosas e efêmeras, entregando-se sem reserva a todos os seus desejos (Ec 2.10), tendo chegado por fim à feliz conclusão de que, separado de Deus, "quem pode alegrar-se?" (Ec 2.25.)

Essa lição foi duramente aprendida tanto por Davi como por Salomão. O primeiro confessou: "O Senhor, tenho-o sempre à minha presença" (Sl 16.8). O segundo escreveu um dos apelos mais convincentes e bonitos das Escrituras contra a frustração e o tédio e a favor da colocação de Deus na linha de frente do pensamento humano: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer" (Ec 12.1).

Quando se fala em alegria na Bíblia, repetidas vezes refere-se à alegria no Senhor. Vejam-se os salmos de Davi (9-2; 32.11; 63.11). a oração de Habacuque (He 3.18) e a Epístola de Paulo aos Filipenses (Fp 4.4).

MINAS DE ALEGRIA

A alegria não é tão difícil quanto os pessimistas pensam Ela é provocada por coisas simples sempre relacionadas com a pessoa de Deus. Basta lembrar que a alegria é fruto do Espírito (Gl 5.22), consequência inevitável para quem está em Cristo e anda no Espírito, e não na carne. Essa verdade é reforçada por mais este texto: "Vocês receberam a mensagem com aquela alegria que vem do Espírito Santo, embora tenham sofrido muito" (l Ts 1.6, BLH).

Outra fonte de alegria é a segurança do perdão e da salvação: "Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos céus" (Lc 10.20).

Todas as vezes que Deus se manifesta e aviva a sua obra no decorrer dos anos e a faz conhecida (He 3.2), há muita alegria: "Quando o Senhor restaurar a sorte do seu povo, então exultará Jacó, e Israel se alegrará" (Sl 14.7; 53.6). Talvez seja uma das mais poderosas fontes de alegria do povo de Deus (2 Cr 15.15; 29.36; 30.23-27; Ed 6.22; Ne 12.43). O crescimento quantitativo e qualitativo da igreja primitiva foi celebrado com muita alegria (At 15.3), justificando o provérbio de Salomão: "Quando se multiplicam os justos o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira" (Pv29.2).

O fruto do penoso trabalho também é fonte de alegria, até para Jesus: "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito" (Is 53.11). Paulo correu risco de vida em Tessalônica (At 17.1-10), mas muito se alegrou com os resultados de seu trabalho naquela cidade e escreveu aos tessalonicenses: "Vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!" (l Ts 2.20.) Na pequena epístola dirigida a Gaio, João se abre: "Não tenho maior alegria do que esta, a de ou¬vir que meus filhos [na fé] andam na verdade" (3 Jo 4).

As promessas de Deus são outra verdadeira fonte de alegria: "Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos" (Sl 119.162). A esperança produz alegria antecipada e diminui sensivelmente o impacto da dor, como aconteceu com Paulo: "Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós" (Rm 8.18). Os heróis da fé listados na Epístola aos Hebreus não obtiveram em vida a concretização da promessa, mas viveram debaixo da alegria e do entusiasmo daquilo que Deus prometeu fazer a seu tempo (Hb 11.39, 40). Entre Zacarias e o nascimento de Jesus, há pelo menos cinco séculos, mas o profeta anunciou à sua geração: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta" (Zc9-9).

Enquanto entre os secularizados a alegria depende do ter, e não do ser, de receber, e não de dar, entre os cristãos um dos segredos da alegria é a ordem inversa: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (At 20.35). Essa palavra atribuída a Jesus é comprovada na experiência do povo de Deus tanto na época da construção do primeiro templo (l Cr 29.9) como na época da restauração da casa do Senhor, cerca de 150 anos depois (2 Cr 24.10). Em ambos os textos, se lê que o povo se alegrou por ter dado liberalmente a sua contribuição voluntária.

TEMPOS DE ALEGRIA

Por causa do pecado, por causa da depravação humana, por causa da ordem política e social injusta, por causa da incredulidade, por causa da atuação satânica, por causa do orgulho humano, por causa da fome e da miséria, por causa da enfermidade e da morte, por causa da rejeição do evangelho e por causa dos erros cometidos pela liderança civil e religiosa — nem todo tempo é tempo de alegria. A Bíblia ressalta esta verdade: "[Há] tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria" (Ec 3.4).

O próprio Jesus, a fonte de toda a alegria, teve momentos de tristeza. Ele chegou a chorar ao ver Maria, irmã de Lázaro, em prantos por causa da morte do irmão (Jo 11.33-35). Chorou outra vez, na entrada triunfal em Jerusalém, ao ver, do alto do Monte das Oliveiras, a cidade impenitente e marcada para a completa ruína (Lc 19.41-44). A sua maior tristeza, porém, foi no jardim do Getsêmani, quando buscou a simpatia de Pedro, Tiago e João: "A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26.38).

Em certas situações muito especiais, a tristeza torna-se virtude e a alegria torna-se pecado. Paulo se mostra virtuoso ao se preocupar com a incredulidade dos judeus, a despeito de todas as prerrogativas do povo eleito, seus irmãos e compatriotas segundo a carne: "Tenho grande tristeza e incessante dor no coração" (Rm 9.1-5). Jó também se mostra virtuoso porque não se alegrou com a desgraça daquele que lhe devotava ódio (Jó 31.29). Aliás, está escrito que "o que se alegra da calamidade não ficará impune" (Pv 17.5). Existem o "Alegra-te" (Zc 9.9) e o "Não te alegres" (Os 9.1). O "alegra-te" é para as coisas que Deus faz (Sl 118.24), e o "não te alegres" é para as coisas que o homem faz de errado (Tg 4.9). A tristeza tem de ser bem dosada. Tem de ser passageira. Tem de ser usada por Deus para provocar humildade, arre-pendimento e mudança de comportamento (2 Co 7.10). Tem de ser resolvida pela consolação das Escrituras (Rm 15.4) e pela consolação do Espírito (Jo 14.16). Tem de ser amenizada pela esperança cristã (l Ts 4.18). Tem de ser sucedida pela alegria, como se preconiza neste salmo: "Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã" (Sl 30.5). Tem de ser positiva como as dores da mulher que está para dar à luz, prontamente aliviadas ao nascer a criança (Jo 16.21-22). Tem de ser vencida e subjugada pela alegria do Senhor. Para tanto, é necessário recorrer a Deus: "Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade" (Sl 90.15).


Autor: Elben M. L. Cesar

Práticas Devocionais - PRÁTICA DA ORAÇÃO

A prática da alegria é a arte de oferecer resistência à tristeza por meio do gozo proporcionado pela presença de Deus na vida daquele que o busca honesta e continuamente. Depende da descoberta e exploração das muitas e variadas minas de alegria que estão à margem do caminho em direção à vida eterna.


A alegria não é só uma opção de vida. É uma ordem de Deus ao seu povo. Em Cristo, é uma aberração não ser alegre. É um mau testemunho. É uma contra-evangelização. É uma falta de coerência. O mandamento da alegria está espalhado nas Escrituras Sagradas: nos livros da lei (Dt 16.11), nos Salmos (Si 32.11), nos profetas (Zc 9-9), nos Evangelhos (Lc 10.20), nas Epístolas (Fp 4.4) e no Apocalipse (Ap 19.7).

A Bíblia ensina uma alegria teimosa, aparentemente ar¬rogante, não-científica, baseada na fé, e não na instabilida¬de das circunstâncias de tempo e lugar, comprometida mais com a saúde da alma do que com o bem-estar físico. Esse tipo resistente e durável de alegria pode ser visto na famosa oração de Habacuque; "Embora as figueiras tenham sido totalmente destruídas e não haja flores nem frutos; embora as colheitas de azeitonas sejam um fracasso e os campos estejam imprestáveis; embora os rebanhos morram pêlos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrarei no Senhor! Ficarei muito feliz no Deus da minha salvação!" (He 3.17, 18, BV.)

É importante lembrar que Paulo estava em um cárcere quando escreveu a Epístola aos Filipenses, na qual enfatiza a prática da alegria: "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos" (Fp 4.4). Nessa mesma carta, o apósto¬lo declara ter aprendido a viver contente em toda e qualquer situação; "Tanto de fartura, como de fome; assim de abun¬dância, como de escassez; tudo posso naquele que me forta¬lece" (Fp 4.12-13).

GRITOS DE ALEGRIA

A Bíblia descreve o regozijo do povo de Deus no correr dos anos e não economiza palavras para mencionar a inten¬sidade e a qualidade dessa alegria.

Fala-se em grande alegria (Lc 24.52; At 8.8; Fm 7), em ale¬gria completa (Jo 16.24; l Jo 1.4; 2 Jo 12), em abundância de alegria (2 Co 8.2), em alegria transbordante (Mt 13.44; At 13.52), em plenitude de alegria (Si 16.11), em alegria indizível (l Pé 1.8), em alegria eterna (Is 35.10) ou perpétua alegria (Is 51.11), em alegria em extremo (Jn 4.6) e até em gritos de alegria (Si 42.4). As vozes da alegria provocada pela restaura¬ção e dedicação dos muros de Jerusalém na época de Esdras e Neemias foram ouvidas a uma grande distância (Ne 12.43). Salomão descreve a alegria do coração como um banquete contínuo (Pv 15.15). E Jesus faz questão de dizer que a ale¬gria provocada por sua ressurreição seria permanente: "A vossa alegria ninguém poderá tirar" (Jo 16.22).

A alegria propicia o louvor: "Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5.13). O salmo 42 lembra com saudades da multidão em festa por ocasião das procissões à casa de Deus, "entre gritos de alegria e louvor" (w. 4, 5). O povo comemorou a renovação da aliança na época do sacerdote Joiada "com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi" (2 Cr 23.18). É muito difícil separar a alegria do louvor, o louvor da músi¬ca e a música da expressão corporal (dança): "Louvai-o [a Deus] ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com har¬pa, louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumen¬tos de corda e com flautas, louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos retumbantes" (Sl 150.3-5). Momen¬tos de intensa alegria foram descarregados na música e na dança: por Miriã, logo depois da travessia do mar Verme¬lho (Êx 15.20-21); pela filha de Jefté, logo depois da vitória do pai sobre os filhos de Amom (Jz 11.34); e por Davi, logo depois da recuperação da arca do Senhor (2 Sm 6.14-15).

A FONTE PRIMEIRA

Na verdade, a maior fonte de alegria é a presença de Deus na vida diária do homem: "Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente" (Si 16.11). Daí a oração de Moisés: "Sacia-nos de manhã com a tua benigni¬dade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias" (Sl 90.14).

Davi e Salomão, pai e filho, confirmam essa verdade. Por¬que pecou e se retirou da presença de Deus, Davi perdeu a alegria, que lhe era uma experiência comum. É por essa ra¬zão que ele pede duas vezes no famoso salmo de confissão e arrependimento o retorno desse estado de espírito: "Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste" e "Restitui-me a alegria da tua salvação" (Sl 51.8, 12). Já Salomão, seu filho, se distanciou de Deus por causa de suas mulheres estrangeiras (l Rs 11.1-8) e peregrinou atrás de alegrias duvidosas e efêmeras, entregando-se sem reser¬va a todos os seus desejos (Ec 2.10), tendo chegado por fim à feliz conclusão de que, separado de Deus, "quem pode alegrar-se?" (Ec 2.25.)

Essa lição foi duramente aprendida tanto por Davi como por Salomão. O primeiro confessou: "O Senhor, tenho-o sem¬pre à minha presença" (Si 16.8). O segundo escreveu um dos apelos mais convincentes e bonitos das Escrituras con¬tra a frustração e o tédio e a favor da colocação de Deus na linha de frente do pensamento humano: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer" (Ec 12.1).

Quando se fala em alegria na Bíblia, repetidas vezes refe¬re-se à alegria no Senhor. Vejam-se os salmos de Davi (9-2; 32.11; 63.11). a oração de Habacuque (He 3.18) e a Epístola de Paulo aos Filipenses (Fp 4.4).

MINAS DE ALEGRIA

A alegria não é tão difícil quanto os pessimistas pensam Ela é provocada por coisas simples sempre relacionadas com a pessoa de Deus. Basta lembrar que a alegria é fruto do Espírito (Gl 5.22), consequência inevitável para quem está em Cristo e anda no Espírito, e não na carne. Essa verdade é reforçada por mais este texto: "Vocês receberam a mensa¬gem com aquela alegria que vem do Espírito Santo, embora tenham sofrido muito" (l Ts 1.6, BLH).

Outra fonte de alegria é a segurança do perdão e da salvação: "Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos céus" (Lc 10.20).

Todas as vezes que Deus se manifesta e aviva a sua obra no decorrer dos anos e a faz conhecida (He 3.2), há muita alegria: "Quando o Senhor restaurar a sorte do seu povo, então exultará Jacó, e Israel se alegrará" (Si 14.7; 53.6). Talvez seja uma das mais poderosas fontes de alegria do povo de Deus (2 Cr 15.15; 29.36; 30.23-27; Ed 6.22; Ne 12.43). O crescimento quantitativo e qualitativo da igreja primitiva foi celebrado com muita alegria (At 15.3), justificando o provér¬bio de Salomão: "Quando se multiplicam os justos o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira" (Pv29.2).

O fruto do penoso trabalho também é fonte de alegria, até para Jesus: "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito" (Is 53.11). Paulo correu risco de vida em Tessalônica (At 17.1-10), mas muito se alegrou com os resultados de seu trabalho naquela cidade e escreveu aos tessalonicenses: "Vós sois realmente a nossa glória e a nos¬sa alegria!" (l Ts 2.20.) Na pequena epístola dirigida a Gaio, João se abre: "Não tenho maior alegria do que esta, a de ou¬vir que meus filhos [na fé] andam na verdade" (3 Jo 4).

As promessas de Deus são outra verdadeira fonte de ale¬gria: "Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha gran¬des despojos" (Si 119.162). A esperança produz alegria ante¬cipada e diminui sensivelmente o impacto da dor, como acon¬teceu com Paulo: "Para mim tenho por certo que os sofri¬mentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós" (Rm 8.18). Os heróis da fé listados na Epístola aos Hebreus não obtiveram em vida a concretização da promessa, mas viveram debaixo da alegria e do entusiasmo daquilo que Deus prometeu fazer a seu tempo (Hb 11.39, 40). Entre Zacarias e o nascimento de Je¬sus, há pelo menos cinco séculos, mas o profeta anunciou à sua geração: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, hu¬milde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta" (Zc9-9).

Enquanto entre os secularizados a alegria depende do ter, e não do ser, de receber, e não de dar, entre os cristãos um dos segredos da alegria é a ordem inversa: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (At 20.35). Essa palavra atribuída a Jesus é comprovada na experiência do povo de Deus tanto na época da construção do primeiro templo (l Cr 29.9) como na época da restauração da casa do Senhor, cerca de 150 anos depois (2 Cr 24.10). Em ambos os textos, se lê que o povo se alegrou por ter dado liberalmente a sua contribuição voluntária.

TEMPOS DE ALEGRIA

Por causa do pecado, por causa da depravação humana, por causa da ordem política e social injusta, por causa da incredulidade, por causa da atuação satânica, por causa do orgulho humano, por causa da fome e da miséria, por causa da enfermidade e da morte, por causa da rejeição do evange¬lho e por causa dos erros cometidos pela liderança civil e religiosa — nem todo tempo é tempo de alegria. A Bíblia ressalta esta verdade: "[Há] tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria" (Ec 3.4).

O próprio Jesus, a fonte de toda a alegria, teve momentos de tristeza. Ele chegou a chorar ao ver Maria, irmã de Lázaro, em prantos por causa da morte do irmão (Jo 11.33-35). Cho¬rou outra vez, na entrada triunfal em Jerusalém, ao ver, do alto do Monte das Oliveiras, a cidade impenitente e marcada para a completa ruína (Lc 19.41-44). A sua maior tristeza, porém, foi no jardim do Getsêmani, quando buscou a sim¬patia de Pedro, Tiago e João: "A minha alma está profunda¬mente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26.38).

Em certas situações muito especiais, a tristeza torna-se virtude e a alegria torna-se pecado. Paulo se mostra virtuoso ao se preocupar com a incredulidade dos judeus, a despeito de todas as prerrogativas do povo eleito, seus irmãos e compatriotas segundo a carne: "Tenho grande tristeza e incessante dor no coração" (Rm 9.1-5). Jó também se mos¬tra virtuoso porque não se alegrou com a desgraça daquele que lhe devotava ódio (Jó 31.29). Aliás, está escrito que "o que se alegra da calamidade não ficará impune" (Pv 17.5). Existem o "Alegra-te" (Zc 9.9) e o "Não te alegres" (Os 9.1). O "alegra-te" é para as coisas que Deus faz (Sl 118.24), e o "não te alegres" é para as coisas que o homem faz de errado (Tg 4.9). A tristeza tem de ser bem dosada. Tem de ser passageira. Tem de ser usada por Deus para provocar humildade, arre-pendimento e mudança de comportamento (2 Co 7.10). Tem de ser resolvida pela consolação das Escrituras (Rm 15.4) e pela consolação do Espírito (Jo 14.16). Tem de ser ameniza¬da pela esperança cristã (l Ts 4.18). Tem de ser sucedida pela alegria, como se preconiza neste salmo: "Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã" (Sl 30.5). Tem de ser positiva como as dores da mulher que está para dar à luz, prontamente aliviadas ao nascer a criança (Jo 16.21-22). Tem de ser vencida e subjugada pela alegria do Senhor. Para tanto, é necessário recorrer a Deus: "Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade" (Sl 90.15).

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Práticas Devocionais - PRÁTICA DA VONTADE

A prática da vontade é a arte de gerir o dom do livre-arbítrio com inteligência, responsabilidade e acerto, submetendo cada desejo ao crivo da exaltação do nome de Deus, na certeza de que Ele pedirá conta de todas as coisas.

O homem não se dirige apenas por instinto, mas por livre escolha. Nesse sentido, ele é imagem e semelhança de Deus. A vontade faz parte da natureza humana e é algo imprescindível: a vontade de viver, a vontade de trabalhar, a vontade de amar, a vontade de dar, a vontade de ser bem-sucedido, a vontade de agradar a Deus, e até mesmo a vontade de "deixar esta vida e estar com Cristo" (Fp 1.23, BLH). O dom da vontade, outorgado por Deus, facilita muito a vida, torna tudo agradável e transfere uma dose enorme de responsabilidade ao indivíduo.

VONTADES CONTRADITÓRIAS

O homem tem simultânea ou sucessivamente vontades opostas entre si. Ele tem uma vontade agora e outra depois, ou ambas ao mesmo tempo. Do ponto de vista teológico, ele é dominado por duas vontades igualmente fortes: a vontade de acertar e a vontade de errar.

1. A vontade de acertar

É a vontade de rejeitar o mal e abraçar o bem. É a vontade de levar a sério o Decálogo, o Sermão da Montanha e a santidade de vida. É a vontade de obedecer, de amar a Deus de todo o coração, de agradar a Deus, de negar-se a si mesmo dia a dia, de crucificar a carne, de andar no Espírito, de não arredar o pé do caminho apertado, que conduz à vida. Não obstante nobre, essa vontade encontra sérios obstáculos.

O primeiro obstáculo é a pecaminosidade latente, fruto da queda. O homem carrega consigo, no mais interior de seu ser, esse fardo incômodo, do nascimento à morte. É por essa razão que Jesus explicou: "O que sai da pessoa é o que a faz impura" (Mc 7.20, BLH). Daí a descoberta de Paulo: "O pecado que habita em mim" (Rm 7.20).

O segundo é a estrutura pecaminosa da cultura ou da sociedade no meio da qual se vive: "Tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai. mas procede do mundo" (l Jo2.l6).

O terceiro é a atuação das forças espirituais do mal: "O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" (l Pe 5.8). Os três obstáculos aparecem juntos na Epístola de Paulo aos Efésios: o curso deste mundo, o príncipe da potestade do ar e as inclinações da carne (Ef 2.1-3).

2. A vontade de errar

É a vontade de satisfazer os desejos da carne, de andar segundo o curso deste mundo, segundo a liderança do mal. Essa vontade de errar também encontra sérios obstáculos, especialmente quando a pessoa é educada no temor do Senhor e comprometida com Jesus Cristo.

O maior de todos os obstáculos é a atuação do Espírito Santo na vida do crente: "O Espírito milita contra a carne" (Gl 5.17). Uma porção de outros elementos se juntam ao Espírito no afã de dificultar e impedir a realização da vontade de errar. Entre eles estão a noção da santidade de Deus, o não-conformismo da nova natureza implantada pela educação religiosa e em virtude da regeneração, os compromissos anteriormente assumidos com a luz, a consciência devidamente alimentada, a visão mais profunda e mais sábia da vida, a lembrança das miragens e frustrações anteriores, o patrimônio moral e espiritual até então acumulado, a repreensão da igreja e dos irmãos e o temor do castigo da desobediência.

VONTADE ALHEIA

Da infância ao fim de seus dias, o homem está sujeito à vontade alheia e dela recebe constante e forte bombardeio. A vontade alheia usa desde a propaganda subliminar até a propaganda ostensiva: a literatura e as artes, o discurso e a persuasão, a insistência e a saturação, a mentira e o engano, a chantagem e a manipulação. Todavia, a decisão final está no exercício da vontade própria.

A vontade própria é tão determinante que tanto o bem como o mal a respeitam e tentam atraí-la e dobrá-la. No Éden, tanto Deus como a serpente respeitavam a vontade da mulher. Deus não pôs uma grade em torno da árvore da ciência do bem e do mal, nem a serpente enfiou o fruto proibido na boca da mulher. Foi ela quem tomou o fruto e o comeu (Gn 3.6). A vontade própria é uma barreira tremenda ora para as forças do mal ora para as forças do bem.

A ESCOLHA FINAL

De um lado, há a vontade de provar o fruto proibido, a vontade de deitar com a mulher de Urias, a vontade de ser amada pelo marido de outra mulher, a vontade de furtar uma barra de ouro, a vontade de não levar desaforo para casa, a vontade de não repartir coisa alguma, a vontade de ajuntar tesouros exclusivamente sobre a terra, a vontade de espalhar uma informação mentirosa, a vontade de matar o desafeto. De outro lado, há a vontade de pagar o mal com o bem, a vontade de ser sal da terra e luz do mundo, a vontade de ser limpo de coração, a vontade de crucificar o eu e espancar a carne, a vontade de seguir a Jesus até à prisão ou até à morte, a vontade de evangelizar, a vontade de distribuir todos os bens com os pobres. No meio dessas vontades fortes e opostas está o dom do livre-arbítrio.

A VONTADE DE DEUS

A única maneira de não satisfazer a vontade alheia, a concupiscência da carne, o curso deste mundo que jaz no maligno e as insinuações dos demônios é fazer um alinhamento da vontade própria com "a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). Então o resultado será "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" (Gl 5.22, 23).


Autor: Elben M. L. Cesar

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Práticas Devocionais - PRÁTICA DO PODER

A prática do poder é a arte de se apropriar continuadamente, por meio da fé, do poder de Deus, colocado à disposição do crente que reconhece suas tremendas limitações e deseja permanecer fiel a Deus e servi-lo de maneira abundante na medida de seu chamamento e dons.

Existe poder aquisitivo, poder público, poder temporal, poder moderador, poder naval, poder negro, poder jovem, poder político, poder internacional, poder mental. Existe também poder espiritual, que difere substancialmente de qualquer outro poder e reúne uma porção enorme de valores relacionados com a vida em estreita e permanente comunhão com Deus. Tais valores são: aptidão, autoridade, capacidade, eficácia, energia, entusiasmo, força, influência, meios, possibilidades, recursos e vigor.

No sentido profano, o poder pode depender da posição social, das vantagens pessoais, da capacidade, do dinheiro, da propaganda, da política, do voto, da força, da tirania, da opressão, do suborno. No sentido cristão, a origem do poder é totalmente diversa e tem propósitos também diversos. Só os que se fazem pequenos têm direito ao revestimento do poder de Deus: "O poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Co 12.9). Enquanto na vida secular o poder em quase todos os casos é exercido em benefício próprio, o poder ou-torgado por Deus é exercido em benefício da expansão do reino de Deus.

O PODER PERTENCE A DEUS

Aqui está o testemunho do salmista Davi: "Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus" (Sl 62.12). O mesmo Davi volta a proclamar essa solene verdade na oração feita perante toda a congregação de Israel, pouco antes de morrer: "Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade [...] Teu, Senhor, é o reino, e Tu te exaltaste por chefe sobre todos [...] Na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força", (l Cr 29.11, 12.)

Embora a última frase da oração dominical não esteja em todos os textos gregos, os cristãos do mundo inteiro repetem há quase dois mil anos a bela doxologia, que pode ter sido tomada da oração de Davi acima citada: "Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém." (Mt 6.13.)

É de todo saudável consagrar a declaração de que o poder pertence a Deus. E esse poder é imenso, suficiente para "subordinar a si todas as coisas" (Fp 3.21).

ESPÍRITO SANTO E PODER

Desde o Velho Testamento, o Espírito Santo é o instrumento do poder que promana de Deus. Faraó percebeu que José era um homem possuído pelo Espírito de Deus (Gn 41.39). Bezalel foi cheio do Espírito de Deus para ter habilidade e inteligência para elaborar desenhos e trabalhar na construção do tabernáculo (Êx 31.1-5; 36.1). Os juízes Otniel (Jz 3.10), Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29) e Sansão (Jz 13.25; 14.6, 19; 15.14) foram homens especialmente capacitados pelo Espírito de Deus para subjugar reinos e tirar força da fraqueza (Hb 11.32-35).

Essa concessão de poder torna-se mais notória e mais universal depois da ascensão de Jesus. Ele mesmo ordenou aos discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49) e acrescentou: "Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo" (At 1.8). Na oração de Paulo em favor dos efésios, o apóstolo roga a Deus que eles sejam "fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior", isto é, no íntimo (Ef 3.16). Uma vida, pois, que não entristece (Ef 4.30) nem apaga (l Ts 5.19) o Espírito, anda no Espírito (Gl 5.16), semeia para o Espírito, e não para a carne (Gl 6.8), e busca a plenitude do Espírito (Ef 5.18) — será também cheia de poder (At 6.8).

PODER PARA QUÊ?

O poder não é dado para deleite próprio nem para promoção pessoal. Isso precisa ficar bem claro. Simão, o mago de Samaria, assustou os apóstolos Pedro e João quando revelou a sua ignorância sobre a natureza do poder do Espírito Santo, ao oferecer dinheiro para comprar o dom de Deus (At 8.9-24).

Deus nos reveste de seu poder para:

1. Fazer frente ao pecado. O pecado tem uma força tremenda e "o corpo é fraco" (Mt 26.41, BLH). Para não ter uma vida de fracasso, você precisa do auxílio sobrenatural do Espírito. É por meio do poder do Espírito que você vai mortificar os reclamos da sua natureza humana (Rm 8.13).

2. Exercer o ministério para o qual fomos chamados. No caso de Sara, ela recebeu poder para ser mãe, não obstante fosse uma mulher estéril e idosa (Hb 11.11). No caso de Maria, ela recebeu poder para ser a mãe de Jesus, não obstante fosse uma mulher virgem (Lc 1 .35). No caso dos apóstolos e dos setenta, eles receberam poder para expulsar demônios e realizar curas (Lc 9.1; 10.9). No caso de Paulo, ele recebeu poder para levar o evangelho de Jerusalém ao Ilírico (Rm 15.18-21; l Co 2.1-5).

3. Testemunhar a morte e a ressurreição de Jesus "tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1.7, 8-, Lc24.49). O derrame espetacular e geral do Espírito Santo no dia de Pentecostes tinha esse propósito. Por essa razão, imediatamente depois da descida do Espírito, a pequena comunidade cristã de Jerusalém passou a falar em outras línguas as grandezas de Deus (At 2.11). Em apenas trinta anos de missões, a igreja primitiva alcançou os mais importantes e populosos centros urbanos do mundo de então e neles se estabeleceu.

DESGASTE E RENOVAÇÃO

A manutenção do compromisso cristão e o exercício continuado de qualquer atividade em favor da expansão do reino de Deus importam em sensíveis desgastes. Em parte porque estamos sempre nadando contra a correnteza (Ef 2.1-3). Em parte porque a seara é enorme e os trabalhadores são poucos (Mt 9.35-38). Em parte porque o sofrimento que nos rodeia é intenso e variado. O desgaste é uma experiência natural e constante, como se pode ver no caso de Paulo: "Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol das vossas almas" (2 Co 12.15). Ou no caso de Davi: "A tristeza tem encurtado a minha vida; as lágrimas têm diminuído a minha existência. Estou fraco por causa das minhas aflições; até mesmo os meus ossos estão se gastando!" (Si 31.10, BLH.) Qualquer ato de amor implica desgaste. O bom samaritano gastou energia, tempo e dinheiro para salvar o semimorto da morte (Lc 10.33-35). As curas operadas por Jesus provocavam nele um desgaste de poder (Lc 6.19). Embora muitos das multidões o apertassem (Lc 8.42), o caso da mulher hemorrágica foi diferente. Por isso Jesus insistiu com Pedro: "Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder" (Lc 8.46).

Porque há desgaste, a renovação do poder é uma necessidade constante. Daí este conhecido texto bíblico: "Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" (40.30,31). Esta renovação de forças não tem nada a ver com a idade cronológica nem com o desgaste físico: "[Ele é] quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia" (Sl 103.5). É como Paulo escreveu aos coríntios: "Ainda que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia" (2 Co 4.16, BLH).

Pela prática do poder, o crente se abastece outra vez de força no mesmo momento em que despende alguma energia para fazer frente à tentação, ao sofrimento, à renúncia e ao desempenho de suas obrigações de amar a Deus e ao próximo. É extremamente necessário deixar a água entrar novamente todas as vezes que o nível do reservatório começar a baixar. Ele precisa permanecer sempre cheio: "Buscai o Senhor e o seu poder; buscai perpetuamente a sua presença" (Sl 105.4).

Autor: Elben M. L. Cesar

sábado, 13 de novembro de 2010

Esboço para pregação - A VERDADEIRA LIBERDADE

Texto: Êxodo 20.1-17, especialmente vers. 7
Leitura Complementar: Salmo 119.1-12
"Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão"

Os mandamentos de Deus: Eu sou o Senhor teu Deus; não terás outros deuses além de mim fazendo deles nenhuma imagem ou escultura; não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; santificarás o dia de descanso ("sábado" significa descanso); honrarás o teu pai e a tua mãe; não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho contra teu próximo; não cobiçarás casa, bens ou pessoas relacionadas a teu próximo. Há muitas pessoas que vêem nestes mandamentos uma espécie de prisão, algo como um curral rodeado por uma cerca alta que não permite escape: "Farás aquilo, não farás aquilo!" Não é evidente que os mandamentos querem limitar a liberdade das pessoas, que querem mantê-las na linha, bem comportadas e submissas? Se alguma vez você teve ideias semelhantes, então preciso lhe dizer que esta compreensão dos mandamentos é totalmente errônea. Os mandamentos não são nem prisão, nem curral. Você vê: é muito fácil transgredir os mandamentos. É fácil ignorá-los, fazer de conta que não existem. Deus não colocou os seus filhos em nenhuma prisão. Esta ideia, o diabo deve ter inventado. Na casa de Deus há liberdade. Não a assim chamada liberdade, mas liberdade verdadeira.

Este é o ponto decisivo. O descrente acha que "fora da prisão" dos mandamentos de Deus há liberdade e que "dentro da prisão" há escravidão. Ele não sabe que os mandamentos foram dados para proteger a verdadeira liberdade do homem, para não permitir que ele caísse nas mãos de tiranos que o escravizem e torturem. Veja a história do filho pródigo: este moço achou que a vida na casa paterna era uma espécie de escravidão, e que a liberdade o esperava lá fora. E que aconteceu com ele? Ele caiu nas mãos de aproveitadores, de exploradores, e a sua falsa liberdade o levou a encostar-se em um homem que o mandou guardar porcos, sem lhe dar nem o suficiente para saciar a fome.

Você está lembrado das palavras que antecedem os mandamentos propriamente ditos, na Bíblia? Será bom verificar na própria Escritura Sagrada, da qual o Catecismo de Lutero resumiu os mandamentos que nós temos aprendido: em Êxodo 20.2 diz: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão". Então o Deus que nos deu os mandamentos nos tirou da casa da servidão! Que Deus seria este, que tirasse as pessoas da casa da servidão para colocá-las em outra prisão, talvez ainda mais desumana!

Estas palavras, "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da casa da servidão", são a chave para a compreensão correta de todos os mandamentos. Quem passa por cima deste versículo não poderá nem compreender, nem aceitar nenhum dos mandamentos que se seguem. Ele vai incomodar-se com todos eles. Ele necessariamente se sente aborrecido por todos, desde o primeiro até o décimo. Só quando uma pessoa descobre aquele fato felicitante, Deus é o nosso Senhor, que nos libertou da escravidão de tiranos sem compaixão nem misericórdia, só então ela poderá entender, aceitar e amar os mandamentos.

Você conhece sinaleiras e outros sinais de tráfego. De certo modo, estes sinais limitam a liberdade dos motoristas. Luz vermelha: não avance o sinal! Cuidado, curva perigosa! Não ultrapasse com a faixa amarela contínua! Mas, imagine o que seria o tráfego sem estes sinais! Seria uma confusão medonha, uma liberdade infernal de avançar, de ferir, de matar. Você entende: os sinais dizem: aqui vai a estrada. Esta estrada leva a um destino. Se você quer chegar a este destino, vai querer também seguir a estrada que leva a ele. Vai querer evitar choques e acidentes, não vai querer impedir o progresso de outros viajantes que seguem pela mesma estrada. Quem colocou os sinais, quis proteger a vida e a liberdade de viajar de todos que se acham a caminho. Deus diz: "Honrarás os teus pais, não matarás, não furtarás", porque ele ama você e porque ele quer que você não perca o rumo em sua caminhada rumo à casa paterna. Por isso olhe com fé e confiança para estes sinais de Deus! Se assim o fizer, saberá agradecer-lhe por todos os avisos, por todos os sinais que ele puser ao lado da estrada de sua vida.

Hoje queremos ressaltar um sinal específico. Um sinal que poderá ser de importância decisiva em nossa vida. É o segundo mandamento (para algumas igrejas, que seguem outra contagem, é o terceiro): "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão". Tomar o nome de Deus em vão: isso tem alguma coisa a ver com nossa oração, com nossa religião, com nossos cultos, com nossa vida cristã. O que é "em vão"? "Vão" significa vazio. É o nada, é a falta de conteúdo. Usar em vão, isso é fazer de conta, aparentar alguma coisa que bem por dentro não se leva a sério. Tomar o nome de Deus em vão é como pronunciar o nome de uma pessoa, e quando esta pessoa nos atender, dizer que não queremos nada dela. Tomar o nome de Deus em vão é orar em vão. É usar as palavras corretas, mas usá-las de forma vã, vazia, porque o coração daquele que ora não participa. Tal oração é um diálogo fictício com Deus. Ele não muda nada na vida daquele que ora. E como um motor que funciona em ponto morto, que não põe o carro em movimento, porque não se acha engrenado em nenhuma marcha. É como uma atafona de milho, cujas mós se movem, mas não sai farinha, porque não há milho para moer.

E não se trata só de usar o nome de Deus impensadamente, como é uso em nossa terra, onde tantos, sem pensar, exclamam: Santo Deus! Meu Senhor! A transgressão do segundo mandamento é coisa muito mais séria. O abuso do nome de Deus, com o correr do tempo, torna a pessoa incapaz de usá-lo como convém, de orar em Espírito e Verdade. A pessoa que se acostumar a usar o nome de Deus em vão, não toma a sério nem a Deus, nem a si mesma. Não se enxerga mais no espelho da palavra de Deus, não é mais honesto consigo mesmo, abafa a sua consciência. Já não vive mais na luz da verdade, com a qual o verdadeiro Deus ilumina a vida de seus filhos. Passa a viver num mundo onde reina a dúvida, a incerteza, a mentira. Deus não terá por inocente aquele que abusar do seu nome. Por ser o Deus da verdade, ele não pode fazer de conta que o abuso de seu nome não seja nada. Não é assim que fulminasse o homem abusador com o raio - o homem que vai ao benzedor, ao macumbeiro, ao médium espírita. Deus não impede o homem de entrar naquele mundo onde se abusa o seu nome, mundo de medo, de desconfiança, de magia, de feitiçaria. Mas ele faz com que a própria transgressão de seu mandamento seja o castigo da transgressão: o homem usou o nome de Deus em vão, usou-o até para amaldiçoar, usou-o como instrumento do ódio. Agora, ele passa a viver em vão, num mundo em que não há comunhão com Deus, em que reinam deuses vãos: despachos, maldição, superstição. Não admira que tantas pessoas que se entregam a formas grosseiras ou refinadas de feitiçaria acabem sofrendo até das faculdades mentais, passem a viver amedrontadas pêlos maus espíritos, pêlos deuses falsos e vãos em que se encostaram. Deus não terá por inocentes os que abusam seu nome.

Mas não pensemos que o abuso do nome de Deus seja somente uma questão de feitiçaria, uma questão de macumbeiros e de benzedores que trabalham com fórmulas secretas, com magias e com despachos. Na própria igreja cristã, no culto dominical, na confissão, nos hinos, nas orações, pode haver abuso do nome de Deus. Na oração pessoal pode haver o mesmo abuso. Sempre que você canta "aleluia" (louvai ao Senhor!) ou diz "amém" (assim seja), poderá estar usando em vão o nome de Deus. O profeta Isaías diz (Isaías 29.13): "Este povo me honra com sua boca e com os seus lábios, mas o coração está longe de mim." Este é o ponto. O coração deve participar da adoração a Deus. O coração deve mover os lábios, as mãos, os pés e tudo. O coração, não como o entendem os poetas, mas o coração como a Bíblia o entende. O lugar onde eu sou eu mesmo, onde é o centro de comando de minha vida, onde minha vontade se forma, onde minhas decisões são tomadas. É o coração vencido e convertido pelo Deus da verdade. Este é o coração capaz de adorar a Deus, sem usar o seu nome em vão.

Jesus chama tal culto em que o coração do homem se entrega a Deus, sem reserva de domínio, de "adoração em Espírito e Verdade" (João 4.23). E é em Jesus que encontramos o segredo deste culto. O nome "Jesus" significa: Deus ajuda, Deus salva. A vida toda de Jesus foi uma única adoração. Foi uma pregação em que não havia nenhum tom falso, nenhuma contradição. Ele honrou o nome de Deus, seguindo o caminho da obediência. Ele viveu o seu nome: "Deus salva". Viveu sua pregação. Sua oração engrenou com sua vida, até sua morte na cruz.

Há pouco nós dissemos que a gente só entende bem os mandamentos se não passar por cima das palavras: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou...da casa da servidão." São justamente estas palavras que em Jesus Cristo se cumpriram. Nós não fomos salvos da escravidão de Faraó, do Egito. Fomos salvos de um tirano muito pior, muito mais poderoso: do mau inimigo, do demônio, que nos quer escravizar, mantendo-nos afastados de Deus. E nós não fomos salvos pelo derramamento de sangue de cordeiros, como os israelitas, quando foram libertados da tirania de Faraó. Deus mostrou que ele é o Senhor, nosso Deus, dando o seu próprio Filho por nós, o cordeiro que carrega os pecados do mundo. Jesus derramou o seu sangue por ti e por mim. A cruz é o mais claro sinal do amor de Deus, à beira da estrada de nossa vida. Este sinal diz: "Eu sou teu Salvador. Eu te amo. Olha para mim, e cumprirás a vontade de Deus".

Se você entender esta mensagem escrita com sangue, se você não ler por cima dela, entenderá o que são os mandamentos, o que é obediência, o que é perdão e reconciliação. Entenderá que todos os mandamentos se cumprem pelo amor, pelo amor de Deus e pelo amor com o qual nós lhe respondemos.


Autor: Lindolfo Weingärtner

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Práticas Devocionais - PRÁTICA DA RESISTÊNCIA

A prática da resistência é a arte de não ceder, não relaxar, não fazer concessões, não se deixar arrastar, não se dobrar, não se render. A resistência é virtude quando é dirigida a qualquer força que tem o propósito claro ou velado de remover o crente do centro da vontade soberana e particular de Deus. Mas é fraqueza e tragédia quando é dirigida aos ditames da consciência, aos impulsos do Espírito ou à instrução da Palavra de Deus (At 7.51).

Na Bíblia, encontramos exemplos de pessoas que foram resistentes. José resistiu à mulher de Potifar (Gn 39.1-23), não obstante a atrevida insistência dela na realização do adultério, não obstante a circunstância extremamente favorável (não havia ninguém em casa), não obstante a idade (entre 16 e 28 anos) e a situação de José (longe de casa e da família).

Elias resistiu aos profetas de Baal (l Rs 18.20-40), não obstante o excessivo número deles (450), não obstante o apoio total e ostensivo que a mulher de Acabe dava a eles (foi Jezabel quem os trouxe de Tiro e era ela quem os sustentava), não obstante a oposição sistemática e violenta que Jezabel movia contra os profetas do Senhor.

Jó resistiu aos seus infortúnios (Jó 1.22; 2.10; 19.25), não obstante a opulência anterior (sete mil ovelhas, três mil camelos, mil bois e quinhentas jumentas), não obstante a descarga impiedosa de desgraças que caiu sobre ele (perda dos bens, perda dos filhos e perda da saúde), não obstante o desânimo atroz da esposa, que lhe dizia: "Amaldiçoa a Deus, e morre" (Jó 2.9).

Neemias resistiu aos seus adversários (Ne 4.1-23), não obstante a pregação demolidora de Sambalá e Tobias, não obstante as ameaças de luta armada que os inimigos lhe faziam, não obstante a dificuldade e morosidade da obra empreendida (a reconstrução dos muros de Jerusalém e a recuperação do culto).

Daniel resistiu ao decreto do rei da Pérsia e não deixou de orar a Deus (Dn 6.1-28), não obstante a irrevogabilidade das leis dos medos e dos persas, não obstante o seu alto cargo no governo de Dario (um dos três presidentes dos 120 sátrapas do império), não obstante a pavorosa sentença de morte (cova de leões) a que estava sujeito se não obedecesse a ordem do rei.

Jesus resistiu ao diabo (Mt 4.1-11) e a Pedro (Mt 16.22-23), não obstante a fome gerada por um jejum de quarenta dias, não obstante a ousadia de Satanás ("Tudo isto de darei se, prostrado, me adorares"), não obstante a sutileza das tentações.

Paulo resistiu a Pedro (Gl 2.11), não obstante a posição de Pedro na liderança inicial da igreja, não obstante ser mais novo na fé do que Pedro, não obstante a pressão que estava por trás de Pedro.

EXEMPLOS DE NÃO-RESISTÊNCIA

A mulher não resistiu à serpente e o pecado entrou no mundo (Gn 3.1-7). Com o pecado, veio a morte (Rm 5.12). Davi não resistiu à concupiscência dos olhos e cometeu adultério (2 Sm 11.1-4.). Com o adultério, um abismo chamou outro abismo (Sl 42.7).

Salomão não resistiu aos clamores de suas mulheres estrangeiras e cometeu idolatria (l Rs 11.1-8). Com a idolatria, veio a desintegração do reino (IRs 11.11).

O jovem carente de juízo de que fala Salomão não resistiu à mulher adúltera e com ela prevaricou (Pv 7.6-27). Com a prevaricação, o rapaz tornou-se como o boi que vai para o matadouro ou o cervo que corre para a rede.

Judas não resistiu ao diabo e traiu o Senhor (Lc 22.3-6). Com a traição, veio o suicídio e outro tomou o seu encargo (At 1.15-26).

Demas não resistiu à atração mundana e abandonou a companhia de Paulo (2 Tm 4.10). Com o abandono, certamente naufragou na fé (l Tm 1.19).

A igreja em Tiatira não resistiu à influência de Jezabel e se contaminou com as suas prostituições (Ap 2.19-20). Com a contaminação, deixou de ser uma igreja irrepreensível como a igreja em Filadélfia.

O CAMPO DA RESISTÊNCIA

A resistência deve ser dirigida a qualquer tipo de pressão contrária à vontade de Deus, desde a mera sugestão (o fogo mais brando) até a tentação absurda (o fogo mais alto).

A mera sugestão é aquela tentação formulada não por pessoas do mundo nem por anjos caídos, mas por parentes, amigos e irmãos na fé, com as melhores intenções possíveis e dentro de uma lógica aparentemente aceitável. É a tentação a que Davi foi submetido, quando seus amigos lhe disseram com certeza que o Senhor lhe tinha entregado Saul para ser morto por ele (l Sm 24.1-22). É também a tentação a que foi submetido o próprio Jesus, quando Pedro lhe disse para ter compaixão de si mesmo e evitar o sofrimento e a morte em Jerusalém (Mt 16.21-23).

A tentação absurda é aquela tentação ousada, arrogante, mais descabida do que qualquer outra. É a tentação a que Jesus foi submetido por Satanás quando ele o levou a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e lhe disse: "Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares" (Mt 4.9). É a tentação daquele homem casto que sentiu tremenda vontade de ir a um prostíbulo na véspera de seu casamento com uma mulher amada e bonita.

A tentação comum é aquela tentação de todo dia, situada entre a mera sugestão e a tentação absurda. É preciso oferecer resistência à incredulidade, ao egoísmo, à impaciência, ao comodismo, à vaidade, ao desânimo, à tristeza, ao ódio, à vingança, ao medo, à ansiedade, ao falso testemunho, à lascívia, ao tédio, à preguiça, e assim por diante.

O VOLUME DA RESISTÊNCIA

A resistência tem de ir até as últimas consequências, no esforço e no tempo. Não pode parar no meio do caminho, não pode sofrer interrupções, não pode ser abandonada. A demora da consumação de todas as coisas não deve enfraquecer ou interromper a prática da resistência, como aconteceu com o servo irresponsável da parábola de Jesus (Lc 12.45-46).

1. É preciso resistir "até setenta vezes sete" (Mt 18.22).

2. É preciso resistir até terminar a obra iniciada: "Assim se executou toda a obra de Salomão, desde o dia da fundação da casa do Senhor, até se acabar" (2 Cr 8.16).

3. É preciso resistir até o fim: "Aquele, porém, que preservar até o fim, esse será salvo" (Mt 24.13).

4. É preciso resistir até ao sangue: "Ora, vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue" (Hb 12.4).

5. É preciso resistir até à morte: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap 2.10).

6. É preciso resistir até a vinda do Senhor: "Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor" (Tg 5.7).

A RESISTÊNCIA NO DIA MAU

Por questões orgânicas, por questões climáticas, por questões geográficas, por questões históricas, por questões sentimentais, por questões sociológicas, por questões religiosas e outras, o tempo não é uma eterna mesmice, como lembra a Bíblia (Ec 3.1-8).

No calendário de qualquer pessoa pode surgir, de repente, o desagradável dia mau de que fala Paulo: "Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis" (Ef 1.3).

Esse dia mau é o dia da tentação, o dia da provação, o dia do cerco, o dia do aperto, o dia da investida satânica, o dia da tempestade, o dia da crise, o dia da frustração, o dia da depressão, o dia da dor, o dia da doença, o dia da morte, o dia da tragédia. Mas é um dia que chega e também passa. Especialmente nesse dia a capacidade da resistência precisa estar em forma, revestida de redobrada força. Daí a associação que Paulo faz do dia mau com a armadura de Deus.

De posse dessa armadura espiritual, qualquer membro do corpo de Cristo pode resistir no dia mau e dele sair são e salvo. As peças principais dessa armadura incluem o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito. Com o auxílio e bom uso da chamada armadura de Deus, é perfeitamente possível obter vitória no dia mau, mesmo que seja um embate envolvendo os principados, as autoridades e os dominadores deste mundo tenebroso.

Os recursos da resistência podem ser achados também na plena confiança em Deus (Sl 23.1), no exercício da piedade pessoal (l Tm 4.7-8), na prática da humildade cristã (2 Co 12.10), no poder do Espírito (At 1.8 e Rm 8.13) e na inaudita certeza de que Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças (l Co 10.13).


Autor: Elben M. L. Cesar

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Práticas Devocionais - PRÁTICA DA OUSADIA

A prática da ousadia é a arte de portar-se corajosamente diante das obrigações, oportunidades e desafios da vida cristã e do ministério decorrente da vocação celestial, em função do poder de Deus e dos recursos que Ele coloca à disposição de todos que o cercam e de todos que o servem. O exercício da ousadia não prejudica o exercício da humildade, nem este prejudica aquele. Uma virtude não ofusca nem danifica a outra virtude. Ousadia não é esbravejar, ameaçar, bazofiar, autopromover-se, prometer mundos e fundos, mas simplesmente dar conta do recado com permanente disposição, plena confiança em Deus e com o devido acompanhamento da modéstia cristã.

Não é pequeno o número de tímidos. Por causa da timidez, o homem não faz tudo que poderia fazer, não alcança todas as vitórias que poderia alcançar. Fica parado, sonhando sempre, desejando sempre, planejando sempre, tendo sempre as mesmas boas intenções. Com o preguiçoso acontece o mesmo. Mas o mal de muitos não é exatamente a preguiça, e sim o receio, o medo, a vergonha, o acobardamento. Todavia, a timidez favorece a preguiça e a preguiça favorece a timidez.

A Bíblia trata a timidez com rigor. Entre os judeus, o soldado "medroso e de coração tímido" deveria voltar para casa: além de inapto, ele poderia contagiar os outros com a sua timidez (Dt 20.8). Jesus fez uma pergunta muito séria aos discípulos por ocasião da travessia do mar de Genezaré: "Por que sois assim tímidos?" (Mc 4.40.) O medroso precisa descobrir as razões de sua timidez e livrar-se dela.

CORAGEM!

A ordem "Sê forte e corajoso" é muito insistente nas Escrituras. Foi dirigida ao povo de Israel em ocasiões de pe¬rigo e desafio, na época de Moisés (Dt 31.6), Josué (Js 10.25) e Ezequias (2 Cr 32.7). Foi dirigida a Josué, o sucessor de Moisés, seguidas vezes (Dt31.7, 23; Js 1.6, 7, 9, 18). Mais de quinhentos anos depois, Davi achou por bem repetir as mesmas palavras a Salomão, seu filho e herdeiro do trono (l Cr 22.13; 28.10). Jesus usava com frequência uma expressão semelhante ("Tem bom ânimo"), que a Bíblia na Lingua¬gem de Hoje reduz para uma só palavra: "Coragem!" O Senhor deu esse conselho ao paralítico de Cafarnaum (Mt 9.2), à mulher hemorrágica (Mt 9.22), aos discípulos (Mt 14.27), ao cego de Jericó (Mc 10.49) e mais uma vez aos discípulos: "No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo" (Jo 16.33). À tripulação e aos passageiros do barco seriamente ameaçado de naufrágio nas proximidades da ilha de Malta, no Mediterrâneo, Paulo aconselhou com insistência: "Senhores, tende bom ânimo; pois eu confio em Deus" (At 27.22, 25). O próprio Paulo, antes dessa viagem a Roma na qualidade de prisioneiro, ouviu a oportuna advertência de Jesus Cristo: "Coragem! pois do modo porque deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma" (At 23.11).

OUSADIA PARA QUÊ?

Precisamos de ousadia para entrar com naturalidade no Santo dos Santos, como diz as Escrituras (Hb 10.19), certos de que Deus nos recebe e nos atende em Cristo.

Precisamos de ousadia para sair da rotina e fazer proezas: "Em Deus faremos proezas" (Si 60.12). A ousadia espiritual pode conduzir-nos à experiência de Paulo: "Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.13).

Precisamos de ousadia para seguir os caminhos do Senhor, indo contra a opinião pública, contrariando o sistema, nadando contra "o curso deste mundo" (Ef 2.2), não nos conformando com este século (Rm 12.2). Esses alvos são profundamente difíceis e exigem séria e constante intrepidez. Vejamos a experiência de Josafá: "Tornou-se-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do Senhor" (2 Cr 17.6).

Precisamos de ousadia para confiar em Deus, ainda que andemos pelo vale da sombra da morte (Si 23.4), "ainda que a terra se transtorne, e os montes se abalem no seio dos mares" (Sl 46.2), e ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide (He 3.17-19). Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, Paulo e Silas tiveram ousada confiança em Deus para anunciar o evangelho aos tessalonicenses, "em meio de muita luta" (l Ts 2,2).

Precisamos de ousadia para tornar conhecido o evangelho do reino, para anunciar a Palavra de Deus, para ensinar, para falar, para pregar a um mundo incrédulo, corrompido, desinteressado, cego e zombador, como aconteceu com os apóstolos: "Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e, com intrepidez, anunciavam a Palavra de Deus" (At 4.31; 9.27, 28; 13.46; 14.3; 18.26; 19.8; e 28.30, 31). Só com muita ousadia é possível alargar, alongar e firmar bem as estacas, transbor¬dando para a direita e para a esquerda, não importa sejamos fracos e poucos (Is 54.1-3).

Precisamos de ousadia para enfrentar o sofrimento, para não deixar de seguir para Jerusalém, para beber o cálice do sacrifício, para passar pela prova de escárnios e açoites, de algemas e prisões, de tortura e morte, e para, se necessário for, ser serrados pelo meio (Hb 11.35-38). Está registrado na Bíblia que, quando estava para ser morto, Jesus "manifestou no semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém" (Lc 9.51).

AS BASES DA OUSADIA

1. Jesus
Por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor, "temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele" (Ef 3.12). Porque Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, porque Ele é o supremo sacerdote, porque Ele subiu aos céus e está à direita de Deus, porque Ele é capaz de condoer-se das nossas fraquezas, porque Ele é o Autor e Consumador da fé e porque Ele, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz — somos tomados de grande ousadia para ir até o trono de Deus e lá permanecer "para recebermos a sua mi¬sericórdia e acharmos a sua graça para nos ajudar em nossos tempos de necessidade" (Hb 4.14-16; 12.1-3, BV).

2. A esperança
A esperança da glória vindoura nos faz andar altaneiramente (He 3.19), corno filhos do Rei, como irmãos do próprio Jesus, como herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17). A esperança em si já é ousadia (Hb 3.6). Paulo explica: "Já que sabemos que esta glória nunca acabará, podemos pregar com grande ousadia" (2 Co 3.12, BV).

3. A oração
Dificilmente alguém se levanta tímido depois de orar fervorosamente: "Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo, e, com intrepidez, anunciavam a Palavra de Deus" (At 4.31). O apóstolo solicitava as orações da igreja em seu favor, para ele fazer conhecido o mistério do Evangelho com intrepidez (Ef 6.19).

4. A comunhão com Deus
O Sinédrio reconheceu que a convivência de Pedro e João com Jesus lhes dera intrepidez (At 4.13). Os que se demoram na presença do Senhor e nele permanecem têm possi-bilidades imensas (Jo 15-5). Adquirem, entre outras virtudes, a necessária coragem para enfrentar a oposição com sabedoria e vitória.

5. Os sucessos acumulados, a experiência obtida
Foi isso que o imberbe Davi explicou ao rei Saul "O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; Ele me livrará da mão deste filisteu" (l Sm 17.37). Paulo lembra que "os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus" (l Tm 3.13).

6. O estímulo alheio
Veja-se a citação de Paulo: "A maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais assombro a Palavra de Deus" (Fp 1.14). Assim como o soldado tímido gera timidez, o soldado corajoso gera bravura. A ousadia é tão contagiante quanto o medo.

OUSADIA PECAMINOSA

Nem toda ousadia é virtude. Existe a ousadia pecaminosa. O ímpio também pode ser ousado. Paulo se queixa de alguns falsos irmãos "que fazem ousadas asseverações" (l Tm 1.7). O israelita que trouxe para dentro do arraial, "perante os olhos de Moisés e de toda a congregação", a mulher midianita para se deitar com ela no interior da tenda (Nm 25.6-15), foi de uma ousadia enorme. Judas foi muito ousado ao censurar Maria por motivos interesseiros (Jo 12.4-6) e mais ainda ao procurar o sumo sacerdote para ver quanto receberia se lhe entregasse Jesus (Mt 26.14-16). Aquele que é naturalmente ousado precisa tomar cuidado com a sua ousadia. Ela pode ser uma bênção, se for usada corretamente, e uma tremenda desgraça, se for usada em função do pecado. Ao mandar buscar a mulher de Urias para se deitar com ela, Davi foi muito ousado (2 Sm 11.3. 4). Mas essa ousadia foi negativa e lhe trouxe seriíssimos problemas.


Autor: Elben M. L. Cesar

terça-feira, 2 de novembro de 2010

História da Igreja - A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA E OS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

A ORIGEM DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

A Igreja adventista tem duas origens distintas. A primeira está ligada ao nome ADVENTISTA. Não era para ser uma nova igreja, mas era uma crença na segunda vinda de Cristo pregada pelo pastor Guilherme Miller. A segunda está ligada ao nome Sétimo Dia, totalmente contrária a fé de Miller e implantado por uma mulher chamada Ellen G. White.

A crença do adventismo foi iniciada em 1818, por Guilherme Miller, um fazendeiro americano. Sua família foi toda batista. Havia entre seus primos alguns que eram pastores batistas. Mesmo assim desviou-se em 1810, e só regressou depois de ter servido o exercito em 1814. Ao aceitar Jesus mergulhou ele num profundo exame da Bíblia. Atraíram-no particularmente as passagens de Daniel e do Apocalipse, levando-o a investigar a data mais provável do fim do mundo.

Já em 1818, fixara Miller a data do fim do mundo (ou advento, de onde vem o nome adventistas), para o ano de 1843. Diz ter ouvido uma voz interior que lhe insistiu: "Vá e di-lo ao mundo". Desde então, ajudado por muitas igrejas batistas, metodistas e congregacionais, proclamava o ADVENTO. Pregou o advento durante dez anos por toda a costa oriental dos EUA. Muitos de seus ouvintes começaram a pregar também. Assim o advento se espalhou como uma febre epidêmica.

Pessoas houve que começaram a preparar o vestuário para o dia da ascensão. Passando o ano de 1843 sem o fim do mundo, o profeta Miller marcou-o para o dia 21 de Março de 1844. Neste dia, milhares de pessoas, vestidas de branco, passaram a noite toda esperando Jesus. Foram decepcionados. Miller descobriu que estava errado. Voltou a sua congregação e pediu desculpas por tão grave erro. Até voltou a ser um pastor batista. Infelizmente o mesmo não se deu com alguns de seus seguidores, que a partir de 1844, formaram o movimento do ADVENTISMO.

De 1844 a 1860, os seguidores de Miller, sendo uma boa porcentagem deles batistas excluídos, foram conhecidos apenas como adventistas. Continuaram na insistência por datas. Quase uma por ano até o ano de 1877.

Entre os fiéis seguidores de Miller estava a senhora Ellen G. White, que, depois de ver fracassadas outras tentativas de marcação de datas, afirmou ter tido visões dos céus que lhe revelara toda a verdade. Afirmava ela que o santuário de Daniel 8,13-14, está no céu e não na terra. Cristo teria vindo em 22 de Outubro de 1844 a esse santuário celestial. A próxima visão de Ellen foi sobre a guarda do sábado, de onde surgiu o complemento do nome Adventista do Sétimo Dia. Diz a Sra. White que teve uma visão havia onde uma arca no céu e nela estavam escritos os dez mandamentos. Dos mandamentos se destacava o quarto, porque se apresentava dentro de um circulo de luz. Entendeu ela que esse mandamento precisava receber maior atenção que os outros. Sua mensagem foi aceita pelos membros do adventismo e foi assim que surgiu a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A ORIGEM DOS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Esta seita foi formada por um homem que sentia verdadeiro ódio pelas comunidades cristãs. Seu nome era Charles Taze Russel, nascido na Pensilvania em 1852. De origem presbiteriana, passou pela igreja Congregacional e se tornou membro da nova seita, a dos adventistas do sétimo dia. Durante muito tempo foi um verdadeiro fã do adventismo. Tomando o seu próprio caminho, começou a fazer estudos bíblicos semanais com um grupo composto inclusive de pessoas de outras igrejas evangélicas. Não demorou muito, lançou sua própria profecia, em nítida semelhança ao fundador do adventismo: "A segunda vinda de Cristo se daria em 1914".

Logo começou a discordar de muitos pontos doutrinários dos adventistas e, em 1872, reunindo alguns simpatizantes de suas idéias, começou a organizar o movimento que hoje é conhecido como "Testemunhas de Jeová". Antes desse nome tiveram muitos outros. Somente entre os anos de 1917 a 1926, mudaram suas doutrinas nada menos que 148 vezes. Nem que Jesus é Deus. Dizem que o Espirito Santo não é uma pessoa inteligente. Jesus era o arcanjo Miguel. Não existe inferno, além muitas outras heresias que só eles mesmos para acreditar. Pior. Como tudo que é errado tendem a crescer cada vez mais.


Autor: Pastor Gilberto Stefano
Fonte: www.obreiroaprovado.com

História da Igreja - A GRANDE DESFRATERNIZAÇÃO DAS IGREJAS CRISTÃS

O terceiro século é marcado por um acontecimento muito importante na história das igrejas de Cristo. Mais exatamente no período que vai desde o ano de 225 até o ano de 253. Neste tempo houve uma declaração de desfraternização entre as igrejas por motivos doutrinários e organizacional.

Eram tempos difíceis. Apesar das conversões acontecerem em grande número as igrejas sofriam externa e internamente. Externa devido as perseguições já mencionadas. Internamente porque as igrejas estavam sendo corrompidas por dois erros absurdos totalmente antibíblicos. Um deles chegava ao ponto de substituir a salvação pela graça. O outro tirava a chefia de Cristo sobre sua própria igreja.

OS DOIS ERROS QUE DIVIDIRIAM AS IGREJAS ENTRE 225 A 253 A.D.

O Batismo Como Meio de Salvação

Desde os primórdios da igreja sempre foi um problema a questão de como o homem poderia alcançar o céu. O ensinamento de Jesus e posteriormente dos apóstolos eram unanimes: "Pela graça somos salvos". O Novo Testamento nunca deixou dúvidas sobre este assunto. Mesmo nas igrejas primitivas esse foi um problema sério. O primeiro concílio das igrejas em Jerusalém foi realizado justamente para resolve-lo. O próprio apóstolo Pedro, vendo que havia contenda sobre o assunto, deixou claro que: "cremos que seremos salvos pela graça". Portanto, o ensinamento bíblico sobre a questão é que o único meio de se chegar ao céu é por Jesus, pela graça, e, usando como meio de alcançá-la, a nossa fé.

Não contentes com esse princípio, e querendo fazer uma mudança não autorizada nas escrituras, muitos pastores começaram a ensinar que a salvação não era apenas pela graça. Implantaram um novo meio de salvação: O batismo. Pensavam: "A Bíblia tem muito a dizer em relação ao batismo. Muita ênfase é colocada na ordenança e no dever concernente a ela. Evidentemente ela deve ter algo a ver com a salvação". Dessa forma criou corpo a idéia de REGENERACÃO BATISMAL, ou seja, o indivíduo precisa ser batizado para ir ao céu. Colocou-se a água do batismo no lugar do sangue de Jesus. Esse erro é pai de um futuro que ainda demoraria a aparecer: O batismo infantil.

Formação de Uma Hierarquia Temporal

Hierarquia Dentro das Igrejas

Além desse grave erro houve um outro. Foi o surgimento dentro das igrejas de uma hierarquia temporal. Um erro que fere a autoridade única do Senhor Jesus Cristo sobre sua igreja. Nenhum dos apóstolos, jamais, em versículo algum do Novo Testamento, quis a primazia entre os outros na igreja primitiva. Não vemos na Bíblia homens como Pedro, Paulo, ou qualquer outro apóstolo subjugar seus irmãos na fé, ou ainda requerer deles uma cega sujeição. Eles se consideram homens comuns, sujeitos aos desejos da carne e com possibilidade de queda (At l0,15-16; Rom 7,24;).

Mas alguns pastores não entendiam dessa forma. Viam no cristianismo um meio de alcançar a primazia entre seus semelhantes. Muitos começaram a se desviar do ensinamento de que todos os membros são iguais dentro da igreja. O pastor começou a exercer um papel de "chefão". Alguns historiadores relatam esse erro da seguinte forma:

O pastor de Hermas ( cerca de 150 A.D.)

‘Mestres dignos não faltam, mas há também tantos falsos profetas, vãos, cúpidos (desejosos) pelas primeiras sés, para os quais a maior coisa na vida não é a prática da piedade e da justiça senão a luta para o posto de comando."

O Historiador Mosheim:

"Os pastores aspiravam agora a maiores graus de poder e autoridade do que possuíam antes. Não só violavam os direitos do povo como fizeram um arrocho gradual dos privilégios dos presbíteros..."

Os membros já não eram considerados irmãos, mas súditos do "bispo". Comandavam a igreja como se comanda um exército. João cita o exemplo de um crente chamado Diotrefes. O apóstolo deixa claro que esse homem "buscava a primazia entre eles", referindo-se é claro aos irmãos na fé. Diotrefes tornou-se tão audacioso, que, quando João escrevia para a igreja ele impedia que os irmãos lessem a carta. Esse é só um simples exemplo do que acontecia já no tempo dos apóstolos. Pedro ao comentar o assunto diz que o pastor é o servo e não o senhor da igreja (I Pedro 5,1-4). Aliás, a palavra por ele usada é muito clara: "Não como tendo domínio sobre a herança de Deus". O pastor jamais deve ser o chefe da igreja, mas o servo que irá conduzir o rebanho.

Essa terrível idéia de um bispo monárquico governar os demais pastores teve início na pessoa de Clemente (95 A.D.), pastor da igreja em Roma. Foi ele o primeiro a buscar a primazia entre os demais. Chegou a envolver-se num problema que não lhe pertencia por direito, querendo mandar numa igreja a qual não pastoreava, que foi a igreja de Corinto. Depois dele foi Inácio, bispo de Antioquia na Síria, que viveu entre o I século. - II século. Ele exorta todos os cristãos a obedecerem o bispo monárquico e aos presbíteros (20,2). Chegou a comparar a obediência ao bispo monárquico com as cordas de uma harpa. Ele é o primeiro a contrastar o ofício do bispo ao do presbítero e a subordinar os presbíteros ou anciãos ao bispo monárquico e os membros das igrejas a ambos. Mas deve-se a Cipriano, bispo de Cartago (morto em 258), que foi um dos principais autores desta mudança de governo da igreja, pois pugnou pelo poder dos bispos com mais zelo e veemência do que jamais fora empregada nessa causa.

Como se pode observar não foi uma lei feita do dia para a noite. Foi uma heresia que aos poucos penetrava dentro das igrejas, a saber, nas igrejas maiores dos grandes centros.

Hierarquia Entre as Igrejas

Esse erro veio a favorecer a outro de tamanha maldade. Foi o erro de uma igreja ter autoridade sobre outra igreja. A Bíblia ensina que a igreja deve ser independente ou seja: a igreja de Antioquia não tinha autoridade sobre a igreja de Éfeso. A igreja de Éfeso não tinha autoridade sobre a igreja de Laodicéia, e assim por diante. No livro de apocalipse, quando Cristo conversa com as sete igrejas da Ásia, ele trata cada uma individualmente. Cada uma tem seu próprio anjo (pastor), e nenhuma será recompensada ou corrigida pelo erro da sua co-irmã.

Acontece que os pastores de muitas igrejas não viam as coisas como Deus ensinou. Viam a sua ganância acima da vontade de Deus. Os pastores das grandes igrejas como a de Roma, Alexandria, Antioquia, e muitas outras, iniciaram um processo de subjugar as igrejas menores. Eram tempos difíceis. O imperador perseguia a igreja. Junto com as perseguições vinha a fome. Com isso as igrejas maiores engrandeciam-se, e numa falsa humildade, ajudavam as menores. Foi assim que principalmente Roma passou a gozar de uma distinção especial. Essa ajuda tinha um preço muito alto: A submissão de muitas igrejas menores. A igreja co-irmã deixava de ser uma igual para tornar-se vassala.

Na luta para ver qual igreja ia ser a maior entre as igrejas erradas, prevaleceu a igreja de Roma, mas é claro, sem o consentimento dos grandes bispos monárquicos, iniciando-se assim uma luta interna entre as igrejas heréticas. Esse assunto será tratado mais cuidadosamente na origem da igreja Católica.

A DIVISÃO DAS IGREJAS TORNA-SE INEVITÁVEL

As Igrejas Erradas Recusam-se a Voltar as Origens

Apesar destes dois erros terem invadido as igrejas de Cristo, houve muitas, senão a maioria, que não admitiam os tais. Houve tentativas no sentido de trazer as igrejas desviadas de volta ao verdadeiro costume bíblico. Entretanto o poder político das igrejas fiéis era quase nada. A maioria destas igrejas eram pequenas congregações, e seus pastores, homens simples com o único objetivo de fazer a vontade de Deus. Alguns não eram tão simples assim, como o pastor Montano, que veementemente pregou em toda a Ásia contra essas heresias (160 d.C.) e Tertuliano (a partir de 202 d.C.) no ocidente. Este último chegou mesmo a desafiar várias vezes os pastores heréticos, principalmente o de Roma, a voltar a obedecer as escrituras.

As Igrejas Fiéis Resolvem Tomar Uma Atitude

O fato é que as igrejas erradas ou heréticas não voltaram a obedecer a Bíblia. Pior. Conforme os anos passavam mais erradas elas se tornaram. O assunto chegou a um ponto que as igrejas certas deixaram de aceitar os membros vindos das igrejas heréticas. Essa não aceitação, que a luz das escrituras é recomendada - pois se alguém crê que o batismo salva deixa de acreditar que só Jesus salva - foi acrescida com o rebatismo dos membros vindos das igrejas desobedientes. Daí ter surgido o apelido "anabatista" para os seguidores de Montano e principalmente para as igrejas da Ásia Menor.

A Exclusão das Igrejas Erradas é o Único Caminho

O rebatismo dos membros vindos das igrejas erradas acabou se tornando o objeto da divisão da cristandade. As igrejas erradas por serem grandes, mais famosas e politicamente mais aceitas, não aceitaram passivamente a atitude das igrejas que rebatizavam seus membros. Iniciou-se grandes controvérsias a respeito do assunto. Realizaram muitos concílios para tentar resolver a situação. Dois deles se deram em Cartago em 225, um composto de 18 e o outro de 71 pastores, em ambas as assembléias ficou decidido que o batismo dos heréticos - que pregavam a salvação pelo batismo e iniciavam o sistema hierárquico católico - não devia ser considerado como válido. Os historiadores McClintock e Strong comentam como se deu essa desfraternização: V.I pg 210.

"Na Ásia Menor e na África, onde por muito tempo rugiu amargamente o espírito da controvérsia, o batismo só foi considerado válido quando administrado na igreja correta. Tão alto foram as disputas sobre a questão, que dois sínodos se convocaram para investigá-la. Um em Icônio e outro em Sínada da Frígia, os quais confirmaram a opinião da invalidade do batismo herético. Da Ásia passou a questão à África do Norte. Tertuliano concordou com a decisão dos concílios asiáticos em oposição à prática da igreja Romana. Agripino convocou um concílio em Cartago, o qual chegou a uma decisão semelhante aos da Ásia. Assim ficou a matéria até Estevão, bispo de Roma, no ano de 253, provocado pela ambição, que procedeu em excomungar os bispos da Ásia Menor, Capadócia, Galácia e Cilícia, aplicando-lhes os epítetos de rebatizadores e anabatistas".

Fica evidente que entre as igrejas erradas estava a de Roma. Sendo assim ela foi excluída no ano de 225 juntamente com as outras igrejas heréticas. A atitude do bispo romano de excluir os pastores da Ásia mostra a que ponto estava sua vontade de assenhorar-se do rebanho de Deus. Mas sua atitude de nada valeria, pois, um membro excluído não pode excluir ninguém. Outro historiador, Neander, V.I pg 318, tem o seguinte relato sobre estes acontecimentos:

"Mas aqui, outra vez foi um bispo romano, Estevão, que instigado pelo espírito de arrogância eclesiástica, dominação e zelo, sem conhecimento, ligou a este ponto (salvação pelo batismo), uma importância dominante. Daí, para o fim do ano de 253, lavrou uma sentença de excomunhão contra os bispos da Ásia Menor, Capadócia, Galácia e Cilícia, estigmatando-os como anabatistas, um nome, contudo, que eles podiam afirmar que não mereciam por seus princípios: porque não era o seu desejo administrar um segundo batismo aqueles que tinham sido batizados, mas disputavam que o prévio batismo dado por hereges não podia ser reconhecido como verdadeiro. Isto induziu Cipriano, o bispo a propor o ponto para a discussão em dois sínodos reunidos em Cartago em 225 A.D. um composto de 18, outro de 71 pastores, ambas as assembléias declarando-se a favor das idéias de que o batismo de heréticos não devia ser considerado como válido".

Num resumo simples destes dois relatos verifica-se que, no ano de 225 A.D., as igrejas reúnem-se em concílios e decide a exclusão das igrejas que administravam o batismo como forma de salvação, que eram, justamente, as igrejas que admitiam um bispo monárquico sobre as igrejas. Entre as igrejas erradas estão as de Roma, Antioquia, Cartago e muitas outras. Entre as igrejas fiéis estão uma muito conhecida pelos estudantes da Bíblia, a igreja de Éfeso.

O RESULTADO DA DESFRATERNIZAÇÃO DOS CRISTÃOS

A partir desta data, 253 d.C. as igrejas de Cristo se dividiram em dois grandes blocos. Os anabatistas, assim chamados por não aceitarem o batismo das igrejas erradas, e os católicos, nome dado as igrejas heréticas desde o ano de l70 por Inácio, pastor de Antioquia. O futuro destes dois grupos deu razão aos fiéis o fato de terem excluído os demais. Com o passar do tempo as igrejas erradas, como veremos, multiplicou ainda mais suas heresias. Enquanto isso, vivendo conforme as escrituras, os cristãos anabatistas lutavam para sobreviver e manter de pé as chamas do evangelho.



Autor: Pastor Gilberto Stefano
Fonte: www.obreiroaprovado.com

História da Igreja - A ORIGEM DO APELIDO "CRISTÃO"

QUE SIGNIFICA A PALAVRA "CRISTÃO"

O significado para a palavra cristão hoje é bem diferente do significado usado nas escrituras. Hoje, qualquer um que segue uma religião denominada "cristã", acha se no direito de dizer que é um cristão. Alguns são tão depravados em sua forma de viver que de maneira nenhuma fazem jus a essa palavra. Outros são tão errados biblicamente e mesmo assim insistem em achar-se cristãos. E aí está o problema: O próprio indivíduo achar-se um cristão quando não o é.

A palavra cristão como é usada na bíblia é um apelido. E este apelido referia-se aos crentes que andavam de uma forma digna. A conduta (dentro da família e da sociedade), a transformação interior e exterior, sucediam a profissão de fé destes crentes. Tamanha era a transformação que se tornavam impossíveis de não serem notados. Então a própria sociedade, testemunhando esta transformação, chamava-os de "cristãos". Assim, ser apelidado de cristão seria uma grande honra a qualquer crente.

É errado, mesmo numa igreja considerada correta, chamar pessoas não regeneradas de cristãos. Não vemos na Bíblia um só exemplo dos apóstolos considerarem verdadeiros crentes aqueles que ainda viviam no pecado. Paulo nos dá um grande exemplo disso em I Co 6,9-11; quando fala que: "Os injustos não herdarão o reino de Deus", e numa lista muito ampla dá exemplo do que é ser um injusto: "Não vos enganeis, nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores, herdarão o reino dos céus, e tais fostes alguns de vós". Alguns Coríntios foram achados nos pecados mencionados acima. Foram! Mas o sangue de Jesus lavou-os, santificou-os e os justificou. O pecado era coisa do passado na vida destes crentes. Achar que se é um cristão por pertencer a uma igreja denominada de cristã é um grande erro. A maior igreja cristã do mundo tem um bilhão e duzentos milhões de fiéis. Todos idólatras, ou então não estariam lá. Herdarão os mesmos o reino dos céus? Se não herdarão os reino dos céus porque é certo chamá-los de cristãos?

O verdadeiro significado da palavra "cristão" não está tanto neste lindo apelido. Está na pessoa que aceita Jesus como seu salvador e vive dignamente como um verdadeiro discípulo do Senhor Jesus Cristo.

A palavra cristão também não é um nome próprio dado por Jesus aos seus discípulos. Ele jamais chamou um de seus apóstolos ou qualquer outra pessoa de "cristão". Ele simplesmente chamava-os de "discípulos" ou "seguidores". Esta palavra, no sentido que é usada na Bíblia, é nada mais e nada menos que um apelido dado aos discípulos ou membros da igreja de Jesus Cristo.

ONDE SURGIU PELA PRIMEIRA VEZ

O apelido "cristão" surgiu pela primeira vez na cidade de Antioquia em referencia aos discípulos de Cristo naquela cidade (At 11,26). Foram assim chamados pelos moradores daquela grande metrópole devido ao bom exemplo que davam e por sempre testemunhar a respeito de Jesus. Desde então o apelido pegou e suplantou os outros apelidos que eles tinham, como por exemplo o de "nazarenos", apelido pelo qual eram conhecidos os discípulos pelos judeus (At 24,5).O apelido cristão generalizou-se de tal forma que em pouco tempo todos os membros das igrejas de Cristo foram assim chamados. Não houve outro que representasse tão bem os discípulos de Cristo até meados do terceiro século, período no qual houve a necessidade de acrescentar um sobrenome a este apelido.

Até o século terceiro não havia nenhuma instituição denominacional como temos hoje. Não havia a Igreja Católica, ou a Igreja Batista, ou a Igreja Anglicana. Havia apenas a Igreja de Jesus Cristo, e como vimos, seus membros foram apelidados de cristãos. Jesus, ao instituir sua igreja, nunca chamou-a por um nome como Católica ou Batista. Chamava-a de "minha igreja" (Mat. 16,18), ou quando muito, colocava o nome da cidade onde ela se encontrava, "Igreja de Esmirna" (Apoc. 2,8).

O CRESCIMENTO DOS CRISTÃOS PRIMITIVOS

O crescimento dos cristãos foi espantoso. O núcleo formado por Cristo em Jerusalém se espalhou para a Judéia, Galiléia e Samaria. Não tardou muito e o evangelho atravessou as fronteiras da Palestina atingindo a Síria, Chipre e toda a Ásia Menor. Mais algum tempo e toda a costa norte e sul do mediterrâneo possuía grandes centros de cristãos. Nos lugares mais longínquos não seria tão difícil encontrar um cristão professando a fé bíblica.

O crescimento inicial foi conseqüência do espírito missionário que havia no coração dos apóstolos. Esse espírito foi transmitido a primeira geração de convertidos, os quais, até o segundo século, conseguiram espalhar o evangelho em quase todo o mundo conhecido. O fator de não ter um local específico para a reunião de cultos (ainda que havia um lugar especial onde eles se reuniam aos domingos, e a julgar pelo que diz Paulo era sempre no mesmo local - I Co 11,18 e 20 ), facilitava o esparramar do evangelho. O costume de prédios par as igrejas favorece no conforto e na questão denominacional, mas desfavorece no sentido de trazer novas pessoas a Jesus. A julgar pelas escrituras será preciso as igrejas verdadeiras repensarem o fator prédio.

AS PERSEGUIÇÕES SOFRIDAS PELOS CRISTÃOS ATÉ 313 D.C.

O crescimento veio acompanhado do ciúmes do judaísmo e das religiões pagãs, sendo as últimas protegidas pelo império. De princípio o judaísmo perseguiu e fez vítimas como Estevão e o apóstolo Tiago. Décadas depois o paganismo entrou em ação, e com o apoio dos imperadores, suas vítimas chegaram aos milhões. Trajano, imperador entre 98 a 117, decretou um ofício em que o cristianismo em si já constituía um crime, e todos que nele fossem encontrados deveriam ser julgados e punidos com a morte. Ofícios como este voltaram a ser decretados por outros imperadores, e bem como este davam força às religiões pagãs para tentarem destruir a igreja de Cristo.

Entretanto as igrejas permaneciam de pé e aumentando cada vez mais. Tertuliano, escreveu certa vez que: "o sangue dos cristãos era uma semente. Quanto mais matava mais crescia."

A perseguição teve seu lado positivo. Muitos por verem que os cristãos sofriam as atrocidades calados tiveram curiosidade de conhecer o movimento. Ao conhecerem diversos se convertiam ao Senhor. A perseguição ajudou a fortalecer a fé de muitos crentes. Ë certo que muitos se desviaram, mas os fiéis se tornaram ainda mais fiéis. Além do que, foi preciso formar um cânon do Novo Testamento, pelo qual, foi regida a igreja primitiva e tem sido regidas as verdadeiras igrejas de Jesus até o presente.

Estas igrejas eram na sua maioria igrejas fiéis. Sempre houve as erradas. Desde o tempo apostólico as heresias entraram e permaneceram em algumas igrejas de Cristo. Infelizmente as heresias cresceram de tal forma que por causa delas houve no terceiro século uma grande desfraternização das igrejas cristãs.



Autor: Pastor Gilberto Stefano
Fonte: www.obreiroaprovado.com

Compartilhe

Leia também

Related Posts with Thumbnails