quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

[Teologia] A EXISTÊNCIA DE DEUS

Porquê a existência de Deus é essencial à teologia sistemática?

Se a Teologia é a ciência de Deus, a Sua existência é necessária para estudar detalhadamente.

A veracidade do fato: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Romanos 11:36) força o raciocínio de termos de estudarmos dEste Deus em qualquer ramo de doutrina Bíblica. A teologia começa com duas verdades assumidas: 

1) que Deus existe, e 
2) Este Deus Si revelou na Sua Palavra divina (Berkhof, p.19). 

Se Deus existe, o homem pode conhecer algo de si mesmo, pois Deus o criou; algo do mundo, pois Deus é a sua causa; algo sobre o universo, pois existe para a glória dEle. Se não tiver um Deus, nada pode ser compreendido satisfatoriamente, e tudo existe ou por sorte ou acaso, em uma densa confusão de trevas (Pendleton, p. 12). 

Devemos provar a existência de Deus?

A Bíblia não procura de provar a Deus, pois assume e declara-O. Mesmo que podemos provar essa existência por varias verdades, é melhor crê pela fé o que a Bíblia assume e declara. Como podemos provar a existência de Deus? Mesmo que podemos aprender, por vários métodos, que Deus existe, nunca pode a mente finita compreender O Infinito: “Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso? Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? E mais profunda do que o inferno, que poderás tu saber? Mais comprida é a sua medida do que a terra, e mais larga do que o mar” (Jó 11:7-9). Entramos nesse assunto com reverencia e a certeza que não podemos entender tudo sobre o assunto. 

Na filosofia, é admitido que existam ‘verdades primárias’ das quais seguem todo raciocínio. Entre essas ‘verdades primárias’ é a crença de ‘causa e efeito’. A existência de Deus, então é provada pelo bom senso da mente não preconceituosa. 

A crença da existência de Deus é inato à mente do homem pois enquanto a consciência do homem é desenvolvida com o avanço de idade, ela é iluminada para naturalmente reconhecer este Deus vivo e verdadeiro pelas obras de criação e a providencia divina (Atos 14:16,17; 17:24-28; Romanos 1:19,20). Na realidade, não são essas observações que ensinam a existência de Deus à consciência do homem, mas as observações estimulam e confirmam a verdade inata que está naturalmente na mente. Por isso é dito “as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem... pelas coisas que estão criadas...” (Romanos 1:20, Shedd, Vol. III, páginas 198-199). “As coisas criadas” estimulam aquilo que é inato na mente do homem: a existência de um Justo, Santo, e Onipotente Deus (veja: João 1:4,5. Versículo 4 reconheça a idéia inata de Deus no homem enquanto versículo 5 manifesta a culpa que o homem tem por não submeter-se a este Deus - Shedd). “Por isso as nações do mundo sempre tenham mais uma tendência à idolatria do que ao ateísmo, mais à multiplicidade de deuses do que à negação da deidade” (citação de Charnocke por Shedd). A inferência racional que o homens fazem, “desde a criação do mundo”, que há um Deus revela que a existência de Deus é inato ao homem. 

Hebreus 3:4, “Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus” nos apresenta o argumento Cosmológico. O efeito necessita uma Causa. A Causa deve ser antes do efeito (João 1:1). Se no principio criou Deus os céus e a terra, Ele é antes da criação, portanto antes do tempo, ou existente e eterno. 

Salmos 94:9, “Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E o que formou o olho, não verá?” O argumento Teleológico diz o designo requer um Engenheiro, a lei sugere um Legislador, a ordem aponta ao Organizador, um universo racional implica a existência de uma causa primária que é racional, a criatura necessita de um Criador – que é Deus. Não inclui somente o mundo de matéria (ouvido e olho) mas também o intelectual, Salmos 95:10, “E o que ensina ao homem o conhecimento, não saberá?”

Romanos 2:14,15, “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” e a base do Argumento Moral. A consciência do homem testifica à necessidade da obediência e a retidão da condenação diante da desobediência. Isso deduz que existe um Juiz justo – que é Deus.

A historia da humanidade nos diz que as nações pagãs, na maioria, crêem num ser Superior. Abimeleque, um rei de Palestina, reconheceu Jeová (Gênesis 20:3-8), Faraó reconheceu o espírito de Deus em José (Gênesis 41:38), Jetro, o sogro de Moisés, deu conselhos de um homem temente a Deus (Êxodo 18:9-12, 19-23), Balaão, ainda na Mesopotâmia, proclama a verdade de um Deus soberano (Números 24:16). Essas atualidades estabelecem o Argumento Histórico.

A Existência de Deus

As causas da existência de Deus existem em Si mesmo. “A existência de Deus tem sido referida como sendo o mistério maior, mas nos fornece uma chave para abrir milhares de outros mistérios” (Pendleton, p. 12). A Sua existência é assumida como natural pela lógica racional e pela Bíblia. A lógica diz: a existência de Deus é antes das doutrinas que tratam de Deus. A Bíblia diz: Gênesis 1:1, “No principio Deus criou os céus e a terra”. 

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Autor: Pr Calvin Gardner
Fonte: www.obreiroaprovado.com

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

[Teologia] TEOLOGIA - INTRODUÇÃO

II Timóteo 3:16,17 

O proveito pessoal deste estudo e de qualquer estudo, depende muito do propósito individual de cada um de nós. Se a razão de estudar teologia for meramente satisfazer a curiosidade, as verdades que descobre não se satisfará mas produzirá perguntas inúteis e levará este para um lamaçal de dificuldades de qual facilmente não sai. Especulação não é o alvo do aluno sério. Este se satisfará com a verdade descoberta e a aplicará à sua vida devocional e na sua vida pública por ela ser a verdade. Nada errada de pesquisar o porquê da verdade se essa indagação não interfere com a prática daquela verdade. Se, por exemplo, o agricultor gasta a maior parte das suas energias em estudar como as plantas se multiplicam e não se contenta com o fato, logo o seu campo será tomado pelas ervas daninhas e resultará em celeiros vazios. Será assim com o aluno que não se contenta com o descobrimento da verdade mas procura saber os muitos mistérios de Deus antes de obedecer ao que é revelado e mandado. Sua vida será cheia de incertezas e indagações e não será produtiva para a glória de Deus. O aluno sério que quer saber a verdade e, de fato, busque-a diligentemente para aplicá-la à sua vida, será frutífero como a arvore plantada a ribeiros de águas (Salmos 1:2,3) e como o homem preparado para toda a boa obra (II Timóteo 3:16,17). O nosso propósito de aprender da Palavra de Deus determina então muito do proveito pessoal destas aulas de doutrina. Espero que a sua intenção seja nobre. 

O Que é Teologia?

Teologia é a ciência de Deus. Deus é o objeto e o tema da investigação teológica. Ciência procura o conhecimento profundo e é em si auto-consistente, assim também é a teologia. A lógica e a complexidade coerente são duas características de entendimento científico, assim a lógica e a complexidade coerente das verdades de Deus são características de teologia. Se declarações resultem de uma visão superficial, não são científicas. Também, se afirmações bíblicas resultem de familiaridade superficial, não podem ser ditas que são propriamente teológicas. Se as declarações se contradizem ou atacam uma e a outra, não são científicas. Se as afirmações bíblicas se contradizem ou colidem uma a outra não podem ser uma teologia pura. Deduções superficiais são métodos não científicos e portanto não podem estabelecer a teologia. Uma declaração profunda, coerente, e correta deve vir de especialistas, não de novatos, assim a teologia vem de Deus pela Sua Palavra ensinada pelo Seu Espírito. É necessária, para chegar a uma dedução científica, uma pesquisa detalhada, assim a teologia é uma ciência, pois requere pesquisas detalhadas. A teologia é uma ciência que interessa tanto com o infinito quanto o finito, tanto Deus quanto o universo. A sua matéria abrande muito mais do que a soma de todas as outras ciências e é a ciência muito mais necessária do que elas. Quando a teologia é dita que é uma ciência de Deus, não quer dizer que Deus pode ser completamente entendido. Pode ter uma ciência sem ter uma onisciência daquela ciência. Se não fosse, qualquer ciência seria impossível para qualquer homem. Mas o alvo da ciência ainda é de explicar exaustiva e completamente. Tanto mais a ciência é estudada, mais ela é conhecida. Na teologia este alvo nunca pode ser atingida, mas mais dela será conhecida com o seu estudo progressivo. Teologia não é ética. Ética abrange somente o moral e dever do homem para com Deus e para com o homem (os dez mandamentos). Não inclui o Evangelho e a Redenção e muitos outros assuntos divinas. Ética é somente judicial. É afetada com a teologia Cristã mas a teologia é mais abrangente do que mera ética. Teologia não é simplesmente a religião. A religião faz parte da teologia, não vice-verse. A religião concerne o relacionamento do homem com o universo mas a teologia concerne o relacionamento da natureza com a existência de Deus. Religião cuida somente da relacionamento com a deidade; mas a teologia trata primeiramente a divindade em Si, e depois o relacionamento da criatura com Ele.

Porquê Estudar Teologia?

Ela é à base da adoração verdadeira (João 4:23,24; ver II Samuel 6:1-9) Ela é a marca fundamental do Cristão (Sal 119:11; Mateus 7:21; I João 2:3-5; Apocalipse 3:8) Ela é a razão da existência da Igreja aqui no mundo (Mateus 28:18-20; I Tim 3:15; ver Efésios 1:23; 3:10; Hebreus 10:25-27) Ela é o cuidado de um Pastor sério (I Timóteo 4:6, 13-16; II Timóteo 4:1-5; Tito 2:1) Ela é a fonte da Fé e o gozo da vida Cristã quando está acoplada a um amor fervoroso a Deus (Jeremias 15:16; Daniel 11:32; Romanos 10:17; I Coríntios 8:1-3; 13:8; I Timóteo 1:19; ver II Timóteo 4:2,3) Ela é comida apetitosa para o servo de Deus (Salmos 19:10; Jeremias 15:16; João 6:35; Hebreus 5:13, 14; I Pedro 2:2; Apocalipse 10:10) Ela é a arma que Cristo usou em batalhas espirituais (Mateus 4:1-11; Efésios 6:17; Hebreus 4:12; ver Apocalipse 19:15) Ela é a instrução para o mancebo que quer apresentar-se aprovado a Deus (II Timóteo 2:15; Judas 20,21; ver Apocalipse 3:22) Ela é mais firme que qualquer voz do céu que possamos ouvir, mais firme que qualquer revelação que possamos ver, e mais firme que qualquer experiência que possamos experimentar (Lucas 16:19-31; Gálatas 1:8; II Pedro 1:17-21). Ela é o estímulo para crescimento espiritual (I Salmos 119:9; João 5:39; 17:17-19; II Pedro 3:18; II Timóteo 3:14).

Como Estudar Teologia?

A maneira propício de estudar qualquer assunto teológico é: 1) Exegético – Examinação detalhada das Escrituras como uma coleção completa da revelação de Deus. É de deduzir a doutrina das próprias Escrituras. Chamamos este método de estudo indutivo (Raciocínio cuja conclusão é uma proposição universal e necessária que se estabelece pelo exame de todos os objetos de uma classe. Dicionário Eletrônico Aurélio, Ver. 3, Nov. 1999). A interpretação das Escrituras é a primeira responsabilidade do teólogo. Como o filósofo dependa naquilo que está na sua própria mente, assim o teólogo necessita olhar exegeticamente nas Escrituras em primeiro lugar. 2) Racional – Justificar e defender essa doutrina com a lógica. Quando a doutrina é conhecida, ela pode ser defendida com os argumentos de bom senso contra objeções e ataques alheios. O raciocínio humano não pode revelar qualquer coisa, mas pode defender o que tem sido revelado.

Quais Tipos Diferentes de Teologia Existem?

Teologia Cristã – Resulto de inspiração divina. Uma significância bem geral. Teologia baseada no que revela a Bíblia. 
Teologia Dogmática – Não é resultado de ordens eclesiásticas mas de estudo exegético das Escrituras.
Teologia Bíblica – Uma examinação das Escrituras por partes separadas (por livros ou por autores, etc.) O seu método é fracional, estudando apenas porções e portanto inferior à Teologia Sistemática. 
Teologia Sistemática – Teologia Bíblica examinando a Bíblia toda como uma unidade completa. Contrabalanceia e corrige a teologia bíblica pois providencia os assuntos separados com a significância da verdade completa. A teologia sistemática é superior à teologia bíblica pois é menos subjetivo a raciocínio da mente humana. É mais fácil injetar um erro na porção separada do que deturpar o corpo inteiro das Escrituras. É mais fácil fazer uma concordância de um erro doutrinário entre, por exemplo, os quatro Evangélicos do que achar uma concordância do erro considerando a Bíblia toda. Mas o corpo inteiro da verdade deve interpretar a parte e não vice-versa. A interpretação da Escritura deve ser “segundo a medida da fé” (Romanos 12:6, “fé” no sentido da coleção toda de verdades). Quando as várias doutrinas têm sido deduzidas, construídas e defendidas exegeticamente e com o bom senso (raciocínio), devem então ser sistematizadas. A teologia sistemática tem o alvo de exibir a ordem lógica e o inter-relacionamento das verdades inspiradas por Deus e reveladas nas Escrituras. 

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Autor: Pr Calvin Gardber
Fonte: www.obreiroaprovado.com

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